Setembro Amarelo – a vida é a melhor tendência
- Carmem Sevilla
- 5 de set. de 2016
- 3 min de leitura
Oi, povos!
Hoje vamos falar sobre a melhor tendência de todas: viver! Em todo o mundo se celebra o Setembro Amarelo. Uma campanha de conscientização a respeito da prevenção do suicídio. A intenção é alertar sobre a realidade do suicídio e suas formas de prevenção.
Durante todo o mês de setembro acontecem ações mundo afora, com atenção especial para o dia 10, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (próximo sábado).

O projeto se dá pela necessidade em se falar no assunto, visto que, conforme explica o Movimento, hoje, por dia, 32 brasileiros comentem suicídio. Taxa superior às vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Um mal silencioso e que precisa ser exposto para que se saiba o que fazer; tanto quem sofre esse desejo quanto quem está próximo dessa pessoa.
A necessidade de falar sobre esse assunto é tão grande quanto foi há cerca de três décadas a de se falar sobre doenças que vitimavam milhares como o câncer, a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. Como nesse caso, se faz necessário quebrar os tabus, esclarecendo, conscientizando e estimulando a prevenção para reverter o atual cenário.
Daí a necessidade de todos participarem, como em tantos outros assuntos, muitas vezes menos importantes, de forma ativa. Seja compartilhando informações da campanha ou efetuando suas próprias campanhas, usando de criatividade e boa vontade. Um pequeno gesto pode salvar a vida de alguém. Se importe!

Entenda
As razões podem ser bem diferentes, porém muito mais gente do que se imagina já teve uma intenção em comum. Segundo estudo realizado pelaUnicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar a elaborar um plano para isso. Na maioria das vezes, no entanto, é possível evitar que esses pensamentos suicidas virem realidade.
Vários motivos podem levar alguém ao suicídio. Normalmente, a pessoa tem necessidade de aliviar pressões externas como cobranças sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo, fracasso, humilhação etc.

No momento em que tem ideias suicidas, a pessoa combina dois ou mais sentimentos ou ideias conflituosos. É um estado interior chamado de ambivalência. Ela busca atenção por se sentir esquecida ou ignorada e tem a sensação de estar só – uma solidão sentida como um isolamento insuportável.
Muita gente tem um desejo de revide ou imposição do mesmo sentimento negativo aos outros, querendo que sintam o mesmo que ela. Outras pessoas sentem vontade de desaparecer, fugir ou de ir para um lugar ou situação melhor. Quase sempre, sentem uma necessidade de alcançar paz, descanso ou um final imediato aos tormentos que não terminam.
Os meninos normalmente se matam mais, embora elas tentem mais vezes do que eles. Essa tendência também acompanha os adultos, por causas culturais relacionadas a costumes e preconceitos sociais.
É possível evitar
O suicídio resulta de uma crise de duração maior ou menor, que varia de pessoa para pessoa. Não está necessariamente ligado a uma doença mental, mas sim a um momento crítico que pode ser superado. As pessoas correm menos risco de se matar quando aceitam ajuda.
Ao receber ajuda preventiva ou oferta de socorro diante de uma crise, elas podem reverter a situação ao colocar para fora seus sentimentos, ideias e valores, alterando, assim, seu estado interior. Essa ajuda pode vir de pessoas comuns, ligadas a organizações voluntárias como o CVV, que se dedicam à prevenção do suicídio. O apoio pode vir também de profissionais, contribuição muitas vezes indispensável, especialmente nos casos de descontrole.
É frequente pedir ajuda em momentos críticos, quando o suicídio parece uma saída. A vontade de viver aparece sempre, resistindo ao desejo de se autodestruir. De forma inesperada, as pessoas se veem diante de sentimentos opostos, o que faz com que considerem a possibilidade de lutar para continuar vivendo. Encontrar alguém que tenha disponibilidade para ouvir e compreender os sentimentos suicidas fortalece as intenções de viver.

Ouvir pode salvar
É preciso perder o medo de se aproximar das pessoas e oferecer ajuda. A pessoa que está numa crise suicida se percebe sozinha e isolada. Se um amigo se aproximar e perguntar “tem algo que eu possa fazer para te ajudar?”, a pessoa pode sentir abertura para desabafar.
Nessa hora, ter alguém para ouvi-la pode fazer toda a diferença. E qualquer um pode ser esse “ombro amigo”, que ouve sem fazer críticas ou dar conselhos. Quem decide ajudar não deve se preocupar com o que vai falar. O importante é estar preparado para ouvir.
(Com informações da Campanha Setembro Amarelo)
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